sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

RABISCOS


“Quero ser arte na desordem da vida que levo,
Nas noites que já não me apego mas que refletem as minhas meias certezas,
Sorrir dessa melancolia e esquecer esses dias.
Queima o incenso acesso do avesso,
Minha loucura essa que assumi sem descrer do que eu creio,
Tudo breve e de mero acaso com a realidade,
Equivocada adrenalina que meu corpo quase alucina.
Coloco no papel a bagunça da vida
Minha, tua e vossa,
Rabiscadas palavras confusas,
Relatada e afetada,
Momento que passa percebido,
Minuto a minuto,
A música embala ao fundo.
Livro com a pagina marcada,
Cinzeiro com as cinzas passadas,
Papeis com muitas palavras,
cartela de remédio rente a garrafa que transborda água gelada,
Minha desordem feito meus pensamentos,
Sim meu nostálgico momento.
O vento sopra e a claridade invade meu esconderijo da verdade,
Transmuta energias a cada raiar do dia,
Existe no peito o gritar por real liberdade,
Amar com total veracidade.

Minha vida,
Minha maior loucura.”
14 de Dezembro 2012
P.G

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Hoje Sou Poeta.


Escuto o cantar dos pássaros e sinto na pele o vento quente que sopra bem a minha frente, olho pelas janelas grandes e velhas um céu de azul profundo, instigante para cada pensamento que se faz presente na  sala que me escondo; O sol brilha, os raios penetram minha vida sem pedir licença a minha dor, iluminam o recinto que tanto queria que fosse invisível, junto vem recordações, vontades  e libertinagem que hoje deixei do outro lado da porta longe de mim e das minhas oscilações.
Por entre concreto sujo e passado enxergo arvores que mexem de acordo com o soprar do vento, tudo exposto pelos olhos das minhas velhas janelas que nada deixam escapar, pois conseguem me mostrar o mundo que há.
O barulho mundano não me deixa esquecer que ainda faço parte dessa loucura chamada “viver cada dia”; meu corpo não esta lá mas consigo sentir o mundo e seu peso, sua verdade e suas inúmeras mentiras. 
Os minutos correm, as horas passam e eu aqui a deriva de diversos devaneios: um cigarro, uma dose da mais forte... quem sabe assim um esquecimento do real. Escrevo as vontades sem ter no intimo a coragem, um cigarro quem sabe eis o pensamento mais cruel: “fumaria um cigarro admirando este céu azul brilhante e feroz, o sol me iluminaria rindo das minhas não energias.”
Tudo poderia ser possível nessas próximas horas do dia que será longo, rápido e de uma só vez bloqueado da realidade presente e futura; hoje assumo minhas verdades de outrora. Sob os raios de sol intrusos me recordo.
Permito-me escrever enquanto as janelas  mostram a realidade que se faz lá fora.
As vozes são misturadas, diferentes insanidades que  ficam registradas nos vidros de ambas as janelas, historias que acontecem logo atrás da porta.
Minha inquietação é tamanha que parece não caber na sala que me abriga, o tempo vai passando e o desconforto aumenta, o sol invade e clareia a loucura que esta minha vida; o vento há tempo sumiu restou o calor e o bafo das incertezas, o céu esta mais azul e mais perto da janela, estou quase cega tamanha a claridade que invade, as horas  passaram e nem dei por conta que a vida continua.
O ronco dos carros, o barulho das motos, as vozes  estranhas e a realidade mundana entram na minha sala e invadem minha vida confusa e hoje sem nexo; tudo pode ser percebido e escutado, o sorriso, o choro e as brigas... tudo acontece logo ali depois das janelas, é  possível ouvir o pisar alheio, há quem arrasta os pés e também aquele que pisa com força, cada um cada qual, jeitos e trejeitos.
O dia se foi junto com os raios que me fizeram companhia, o entardecer se fez barulhento e cheio de acontecimentos, nada que fizesse esquecer ou pelo menos descrer; amanha mais um dia, a volta a realidade, a minhas reais verdades, hoje foi só um tormento, esse que acontece a almas atormentadas e desesperadas.
Foi longo e quase interminável mas agora parte,é,  foi só mais um dia.


Paula Golombiewski
(10 de dezembro de 2012).

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Misturas de Palavras

Ante uma vida da filosofia invertida existe uma sociedade da mais pura sacanagem; Começa mais um breve momento de palavras misturadas, sentimentos escritos para loucos e sem preconceitos: sinta, reflita e leia...
“Um copo d’água reflete o rosto acanhado com olhos apertados profundos e delicados, a boca é avermelhada,  carnuda e expressiva: os pensamentos a tona perante uma realidade ofegante, escarrada e agora repassada.
Eis que descreverei a falha da vida alheia: o que passou ao que se passa, tudo guardado no recinto das estórias, por entre prateleira, pó, gavetas, livros e garrafas...
Sonhos guardados no recinto, escondidos/ empilhados junto aos livros aqueles que levam para outra dimensão/realidade.
  A musica conforme a vida, a vida conforme a musica, embala e leva  na leveza do vento, na angustia do trovão, ilumina igual  relâmpago, és  barulhenta  feito  chuva... cheira a grama do orvalho, digo, as chamas do inferno!
Atrás da porta o mundo, as pessoas e a vida que se faz para lá da porta, não  somos e nem nunca seremos  os mesmos em nosso universo e no universo do teatro, conhecido como nossa realidade.
Nas gavetas dos moveis: as fotografias da vida, a estória do mundo, as guerras do universo, as brigas dos homens, o ódio da humanidade, o medo do jovem em ser feliz, a covardia dos homens, a esperança do futuro e as do passado, as cicatrizes do presente, o sangue inocente, o sangue do pecado, o amor e o ódio.
Em cada parede uma prateleira: uma verdade, um conceito, uma opinião, um sonho, um objetivo, uma vida, uma necessidade, uma verdade, uma religião, um mundo, um, uma, um, uma...
Os sapatos ao canto aonde reflete a luz opaca que vem da rua, do mundo da fantasia, sapatos esses de uma só estória: uma só vida, universo de um só pensamento/sentimento...
Nas garrafas espalhadas pelos cantos: uma lembrança, uma loucura, uma noite de fuga, dias de repulsa, amores de momentos/instantes, noites  em claro, desejos sem medos, vida na rua.
Por toda parte jornais velhos com noticias hoje sem sentido, panos gastos confundidos com vidas e vidas...
Espalhados pelo recinto cinzeiros e cinzeiros de todos os tipos:  porcelana falsificada, plásticos e artesanais cada qual com sua sujeira insana:  cigarros a maconha pura! O que passou e o que se passa, em cada buraco em meio as cinzas o momento de lucidez da alma e dos sonhos, coragem maquiada;  instantes vividos da mais louca insensatez.  Há quem vive nessa esfera e diz que é impossível aqui sobreviver sem se enlouquecer!
Duas grandes janelas uma aberta para o real e outra fechada para a vida: Uma emana o silencio, o sentimento, as vezes o escuro as vezes o tormento; reflete se esta escuro ilumina se faz sol. Já a outra deixa entrar os barulhos mundanos: conversas, brigas, passos, a não vida, a pressa dos dias, das horas, dos minutos, a angustia em viver, aonde não existe a calma e o sentimento não floresce...  Aonde nossas vidas acontecem e aonde fazemos acontecer.
 Nas bolsas a bagagem de toda estória com a filosofia dessa e daquela sociedade, futuro e passado tudo entrelaçado, com suas verdades e com sua falta de ingenuidade.
No canto esquerdo empoeirado do quadrado que relato, encontra-se um baú esquecido/largado, sujo, repleto dos segredos e momentos registrados; a tampa é antiga com o cadeado que não tranca, esta encardido, vivido; uma fresta mostra retratos da vida do passado, aquela que repassa agora, mas, em outra outrora, sim, somos a continuação dos tempos igual ao que passou porem de novos tempos! Retrato preto e branco com as bordas amareladas, quase que apagadas revelam estórias de vidas e pessoas, nossas vidas, nossas pessoas!
Composto de uma imensidão esse mundo que esta inserida a sociedade capitalista, ainda assim, existem quadrados, quartos e recintos que guardam segredos de uma eternidade que hoje refaz a historia, a mesma estória. Lugares que denunciam a verdade que é verdade do sonho oposto ao amor que vira tristeza, represa nesse mundo de loucos, insanos... apenas humanos...
O rosto acanhado é a humanidade, os olhos apertados profundos e delicados são nossas verdades; nossa liberdade presa na atualidade e a boca é avermelhada,  carnuda e expressiva: ousados aqueles que abrem a imaginação para os pensamentos a tona perante uma realidade ofegante, escarrada e agora repassada!” 


(Paula Golombiewski
1de novembro  2012)


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Viver e se deixar viver: mundo construído em um tempo perdido.


“sou pássaro que voa, sem mais medos, sem mais represa alguma, farejei o cheiro da felicidade e encontrei na natureza meu maior desejo, o de ser feliz conectada diretamente com as energias da vida, sonhos e abstratos... sou feliz, menina feliz que hoje sorri com a alma, que não se esconde mais do mundo;  hoje junto com o sol inicio o dia, na companhia do céu, silencio e objetividade percorro os sonhos passo a passo, me perdi deveras sempre disposta a encontrar os trilhos da vida... sou feliz, hoje sim” (P.G- 24 de outubro 2012)



Desconstruir e reconstruir ideais em cima de um novo olhar e modo de viver é extremamente complicado, mexe com cada sentimento, razão e sua própria moral até então uma convicção certa e um caminho conhecido, quando muda você simplesmente não sabe para onde ir.
É capaz de pensar e sentir tudo ao mesmo tempo, como se estivesse em meio a um moinho de todas as maiores idéias, uma realidade fantástica e ao mesmo tempo instala-se uma crise desesperada entre sua vida, emoção e razão.
Como ser humano você se acha inteiramente capaz de se policiar e comandar seus pensamentos e é com um pouco de frustração que vejo que não é bem assim; não comandamos nada, somos existentes de uma realidade escrita, subordinada e numa era da tecnologia, mas, quando envolvem personalidades e sentimentos ninguém é capaz de entender com lógica coisa alguma.
Somos fantásticos porque podemos amar objetos, pessoas e qualquer coisa, somos capazes e fortes o suficientes para sentir e emanar sentimentos para o universo e para os seres, o que não significa que aconteça; estamos inseridos num globo de ideais que compõe uma realidade abstrata de valores, sentimentos e paixões.
Almejamos o perfeito e uma terra o mais próximo de nossos ideais, sim nossos, porque erramos todos os dias, todos os séculos por sempre pensarmos em nós mesmo e não como uma sociedade constituída por diferentes valores. Assim gira o globo da vida, com nossas próprias metas.
Historias que esbarram em outras historias, vidas que se cruzam e fazem uma nova era, pessoas que evoluem tecnicamente e não aprendem o valor do sentimento amor, aquele que mesmo passado séculos e uma vida não rompe, mas, também não queima mais como o sentimento principal da humanidade!
Sob um mesmo céu composto por nuvens azuis que se transformam em brancas profundas, que vira preto aonde brilha as estrelas, as vezes na companhia das nuvens, que flutuam com reflexos que gritam para fugir do que sempre acontece, assim como nós, que somos ligados a desejos, necessidades e obrigações, mas, que em algum momento, é preciso esvair, extravasar e deixar sair para o mundo o que se quer. Fugir do real e libertar o que prende é tão ou mais difícil do que deixar criar vida dentro de você mesmo, estamos aqui para conhecer, sobreviver,  emanar, passar, acrescentar, descobrir e aprender.
Como é difícil...
Movidos pelos sentidos de um certo e errado constituído por nós mesmos, que somos complacentes a todo e qualquer momento, loucos e lúcidos a escrever historias de vida, banidas e supostamente felizes, ninguém é extremo felicidade, ninguém é extremamente tristeza... todos sabem sorrir, todos sabem amar, mas nem todos sentem ou querem sentir.
Arraigados, amargurados, heróicos, homens, mulheres, seres humanos esse que é o glorioso da terra que constitui uma verdade absoluta entre razão, sentimentalismo e emoções são de “vero” respeito a cada atitude de todas as glorias.
Universo das sete chaves, do desejo humano da vida repelida que corre por entre os rios silenciosos que fazem deste mundo um imenso profundo retrato recortado de um passado, distinta, por alguns respeitados, por outros amados, por diferentes odiosos e assim de deveras maneiras; uma realidade vivida equivocada.
Assim escrevemos a realidade abstrata, nossas vidas, amarguras e sucessos; compelidas criaturas que fazem do mundo essa sociedade completamente alucinada por todos os anseios, de um mundo brando repleto de sentimentos e criaturas que contam de uma outra maneira, existe luta, existe desejo existe por detrás de tudo isso humanos, meros humanos que erram ao contar uma historia que já vem errada de um tempo distante...


Paula Golombiewski 
24 de outubro 2012
 


quinta-feira, 1 de março de 2012

Em busca do melhor.

“Momento da mais pura construção de hábitos e jeito de observar e sentir o universo; de bem comigo, com o mundo e com a vida, realizada, e total pronta para buscar mais, e obter cada dia mais; renovada e abençoada, pelas águas do mar, pelo céu iluminado pela lua que sorri, pela chuva que molha, pelo vento que acalenta, pelo sol que ilumina, pelas nuvens que me acompanham; tudo na mais perfeita transmissão, natureza e vida, realidade cheias de contentamento e graciosa em momentos iluminados.
Dias bonitos e diferentes, conhecimentos regado a contentamentos, bebidas fortes, gostos extravagantes, vida livre e limpa de viver, sonhar, realizar e acontecer, acreditar e querer saber mais e mais. Fase da transformação, da singela pureza de abrir os olhos da alma e se deixar sentir esse universo que é tomado de momentos categóricos e cheio de tormentos, mas que com sorriso e pensamentos limpos vencemos e passamos obstáculos, para alcançar a paz e a total serenidade, é tão gostoso esse estado de contentamento para com o mundo direto, é tão boa essa nova forma de viver, que me perco por entre vida e pensamentos, me conhecer e conhecer os meus sentimentos, belo, mágico e único.
Se deixar ser guiada pela voz de dentro e pela paz interior, cada dia uma lição, uma aprendizagem, igual à criança, tudo novo, tudo lindo, entrei nesse mundo e daqui não quero mais sair!”  P.G.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

“Momento delicado, delicado momento, observação a cada circunstância, atenção aos fatos e sobressaltos, na espreita da dignidade conquistada, luta de vida, sorriso sincero esse que os dentes brilhantes se revelam no rosto integro e belo, nos olhos o sonho, futuro, fruto e esse mundo escuro. Uma noite, só mais uma noite, o céu se ilumina, brilha e castiga; taças no assoalho, a bebida na cabeça, a música no ambiente, (esse do sonho), que cala na inocência do amor que rebenta contra a dignidade x sociedade, tudo confuso eu e o mundo.” P.G 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

“Foi um coquetel de palavras, ofensas e olhares, torpes, raivosos e chegou a ser submisso; A chuva fazia a musica de fundo, as lagrimas complementavam o que se foi dito, na sala, com musica, incenso, cigarros e cerveja; O calor a deixar o clima mais tenso. O que se instalou, assim de repente, foi medo, medo da verdade, medo puro, a solidão gelada, molhada pela chuva, e falada em palavras sujas; tudo se passou, por segundos, minutos inacabáveis, insaciáveis de palavras grotescas e até sem nexo.
Horas a pensar, perguntar, e sem nada entender, só restou o vazio, o não, quem sabe mais uma tentativa, até mesmo que sem esperanças, mas em prol do amor que sempre foi dito por palavras carinhos e “artigos”, mas, restou o silencio noite à dentro. Coisa mais fora de moda, sofrer e achar que o mundo vai acabar se teu amor, ou até então puro amor, partir e caminhar sem mais precisar de você nem que seja só para estar ali, mesmo que apenas caminhando pela vida, sem palpitar e querer grandes entonações para viver. Foi assim, súbito e incontrolável, bateu o vento que trouxe o peso do medo, senti as costas “tombarem” enquanto meu coração parecia com uma bomba, senti o adeus e quem sabe o nunca mais, foi cruel e gelado, me fez tremer e me arrepiar só de pensar em voltar p/ esse mundo torpe sozinha e sem o colo que me carrega por anos a fio. Vi por segundos toda a historia e vida construída, (tijolo por tijolo na obra) que até o final da tarde, era a construção mais bonita, tudo acabou, a chuva molhou toda nossa construção e os inúmeros trovões fizeram com que desmoronasse aquilo que parecia ser sólido, equilibrado e consagrado. Foi assim, agora se foi ou não chuva de verão, não me cabe mais falar. Que a noite termine e que o sol venha com seu brilho, e seque toda e qualquer insegurança.”P.G